A Declaração de Mondim

A Declaração de Mondim

 

 

 

Considerando:

 

 

I. Que o nosso País se encontra mergulhado numa crise política e

económica estrutural, e que os governos, qualquer que seja a sua orientação

ideológica, se têm mostrado incapazes de evitar a progressiva perda de

soberania, de liberdade e de independência dos portugueses;

 

II. Que o regime político nada tem de democrático a não ser a aparência,

sendo de facto uma oligarquia dominada pelo poder económico através da

manipulação dos partidos políticos e da comunicação social;

 

III. Que é urgente evitar a destruição de Portugal e a sua absorção na

vizinha Espanha;

 

IV. Que a Monarquia Tradicional pode ser a única alternativa eficaz a este

regime político corrompido, e a única solução viável para os problemas

referidos;

 

V. Que as estruturas monárquicas reunidas na chamada "Causa Real" não

só não são representativas da tradição monárquica portuguesa, como são

totalmente ineficazes na construção da desejada alternativa.

 

 

 

 

A alternativa Tradicionalista, tem como alicerces os seguintes princípios:

 

 

 

1. Nenhum governo tem legitimidade para pôr em causa a independência e

a soberania de Portugal, e muito menos com argumentos de ordem

económica.

 

2. O poder político não pode, em caso algum, ficar subordinado aos

interesses económicos.

 

3. A defesa do bem comum e o respeito da vontade da comunidade

nacional são as únicas fontes de legitimidade política.

 

4. A vontade da comunidade exprime-se directamente pelo sufrágio

electivo e pelo referendo, e indirectamente pela voz dos seus legítimos

representantes, livremente eleitos sem recurso a intermediários.

 

5. As Forças Armadas têm um papel especial como garantes da soberania e

da liberdade dos portugueses, assim como da manutenção do poder político

legítimo contra todas as tentativas internas ou externas para o derrubar.

 

6. O poder executivo e o poder legislativo são totalmente independentes um

do outro, não estando o Governo na dependência do Parlamento nem o

Parlamento na dependência do Governo.

 

7. As opções políticas e económicas de Portugal deverão ser

prioritariamente dirigidas para os países de língua portuguesa, devendo

Portugal recuperar toda a liberdade de acção nesses campos, comprometida

com a União Europeia, sem no entanto abandonar a sua participação no

Espaço Económico Europeu.

 

8. O Chefe do Estado deverá ser um Rei fortemente apoiado no Povo

português, de cujas liberdades face aos interesses políticos e económicos

sectoriais, internos e externos, ele deverá ser o primeiro garante.

 

9. O Rei não será uma mera figura simbólica, mas participará, apoiado no

Conselho de Estado, no exercício do poder, como Comandante Chefe das

Forças Armadas, e pela livre designação do Primeiro Ministro.

 

10. No respeito das liberdades e das leis tradicionais dos portugueses não se

reconhece a ninguém quaisquer direitos ao Trono de Portugal. De acordo

com essa tradição, competirá à legítima representação nacional designar

aquele que será o primeiro Rei de uma V Dinastia, e determinar as leis que

regerão a sucessão para o futuro.